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Recursos para promover autonomia e qualidade de vida

Cláudia A. Bisol e Carla B. Valentiini

Você foi convidado a assistir três histórias (trailers de um filme e de dois documentários). Em seguida, propusemos que você respondesse a esta questão: que recursos podem promover a autonomia e a qualidade de vida dessas pessoas? O conjunto de produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que respondem a esta questão recebe o nome, atualmente, de Tecnologia Assistiva (TA).

Falar em Tecnologia Assistiva é referir a uma área do conhecimento, interdisciplinar, abrangente, que visa facilitar a mobilidade, o transporte, a comunicação, a educação e as atividades laborais ou recreativas da pessoa com deficiência.

A Tecnologia Assistiva difere dos recursos tecnológicos, pois ela está a serviço da pessoa com deficiência e não a serviço do profissional que faz um atendimento terapêutico ou pedagógico.

Uma bengala, utilizada por um cego para se locomover, é tecnologia assistiva tanto quanto uma cadeira de rodas motorizada. Há diferenças óbvias entre uma e outra, porém, a semelhança é que ambas modificam algo para satisfazer uma necessidade, facilitar o desempenho, tornar a vida mais cômoda e oportunizar à pessoa maior independência.

Se você analisou com cuidado as histórias de vida reproduzidas nos trailers que apresentamos, percebeu que cada uma dessas pessoas possui histórias e condições muito diferentes. Para cada uma delas, um conjunto diferente de produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços deverá ser considerado. Isso será válido tanto para a vida diária, familiar, como para ambientes sociais de trabalho, educação e lazer.

Quem determina quais são os recursos mais adequados para cada caso, para cada situação?

Esta não é uma questão fácil de responder. Equipes da área da saúde (médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros especialistas), são os profissionais que ajudarão a pensar as estratégias mais adequadas para as questões de mobilidade, postura, órteses, próteses, recursos para leitura, para execução de tarefas diárias, etc. Mas também a própria pessoa terá muito a contribuir com ideias e recursos que poderão ser adaptados e utilizados por ela. O recurso mais adequado será aquele que melhor trouxer benefícios para seu usuário, ampliando seu potencial de interação com o mundo e com os outros.

Às vezes, a solução para uma dificuldade de mobilidade, transporte, comunicação, realização de atividade escolares, laborais ou recreativas pode ser simples ou pode ser mais acessível do que se imagina.

Um exemplo seria a utilização de uma argola acoplada ao fecho do estojo de um estudante que tem dificuldades motoras. Pode ser que a criança não consiga segurar o fecho para abrir e fechar seu estojo, mas consegue manusear a argola. A argola seria um exemplo de recurso de baixa tecnologia.

Baixa tecnologia: exemplos de adaptação para lápis

Outro exemplo pode ser a instalação de um programa leitor de tela (existem vários gratuitos). Este tipo de programa, importantíssimo para estudantes e profissionais cegos, interage com o Sistema Operacional do computador, capturando as informações apresentadas em forma de texto e transformando-as em uma resposta falada, através de sintetizadores de voz. Este tipo de recurso é denominado de alta tecnologia.

Uma das principais questões, portanto, é utilizar os recursos existentes. Se necessário, podemos criar novos, inventando novas possibilidades com sabedoria e eficiência para diminuir as barreiras que dificultam a participação, as vivências e as aprendizagens em ambientes escolares e de trabalho.

Bibliografia
Bersch, R. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: CEDI, 2008.
Galvão Filho, T. A. Tecnologia assistiva para uma escola inclusiva: apropriação, demanda e perspectivas. 2009.

Para citar este texto
Bisol, C. A. & Valentini, C. B. Recursos para promover autonomia e qualidade de vida. Projeto Incluir – UCS/FAPERGS/CNPq, 2017. Disponível em: <https://proincluir.org/tecnologia-assistiva/recursos/27-7-2024