Buscam compreender e melhorar habilidades sociais, de comunicação, acadêmicas e de vida diária, e reduzir comportamentos considerados inadequados.
Objetivam lidar com pensamentos, sentimentos e comportamentos ligados ao autismo, com foco no próprio sujeito e nas relações intersubjetivas.
Desenvolvidas em sala de aula, fornecem aos professores maneiras de ajustar a estrutura da sala de aula e melhorar os resultados acadêmicos e relacionais.
Podem incluir fonoaudiologia, psicopedagogia, fisioterapia, terapias com animais, com arte, etc. Buscam apoiar o desenvolvimento em diferentes perspectivas.
Buscam melhorar a capacidade de interagir socialmente na vida cotidiana, ensinando a reconhecer e interpretar expressões faciais, linguagem corporal, etc.
Ensina habilidades que ajudam a pessoa a viver da forma mais independente possível.
Utiliza medicamentos para controlar sintomas específicos associados.
Uma criança, um adolescente ou um adulto recebe o diagnóstico de autismo. E então? Partindo do pressuposto de que o diagnóstico esteja correto, as famílias têm diante de si outros desafios: garantir suporte e tratamentos adequados à singularidade de cada caso, ter acesso a profissionais com formação sólida e dispor dos recursos necessários em termos de acessibilidade, tecnologias assistivas e adequações para os contextos escolares, de trabalho, de vida diária, etc. A questão passa a ser como lidar com os desafios e como auxiliar cada criança, adolescente ou adulto autista a desenvolver seu potencial.
As propostas de cuidado, tratamento, educação e reabilitação são muitas. Há disputas grandes entre especialistas, familiares, ativistas, legisladores e o mercado da área da saúde. Há aqueles que advogam por um tipo apenas de intervenção e há os que reconhecem a complexidade do diagnóstico, do tratamento e a singularidade das vivências que o autismo traz para cada sujeito e para cada família.
Em termos de abordagens terapêuticas, a diversidade é grande. A seguir, apresentamos uma síntese de algumas das principais propostas (Qin et al, 2024; CDC, U.S. [s.d]):
É importante lembrar que cada tipo de abordagem ainda terá, em seu campo próprio, diferentes vieses teóricos, objetivos terapêuticos e métodos de trabalho.
A questão é complexa, há embates políticos, econômicos e teóricos profundos que podem levar a opiniões muito divergentes. A falta de conhecimento também favorece a adesão a modismos. Como navegar por este universo de possibilidades sem esquecer o que mais importa, que é o sujeito?
É compreensível que as famílias, os educadores e até mesmo os especialistas possam se sentir por vezes perdidos diante de tantas informações e de tantas divergências no modo de compreender, diagnosticar e propor alternativas para tratamentos.
Há algo, no entanto, que não pode ser colocado em segundo plano: o próprio sujeito. Quem é esta criança, este adolescente, este adulto? Do que gosta? O que o faz se sentir bem? Do que sente falta? O que precisa para se sentir melhor e para estar nos lugares aproveitando o máximo que sua experiência, enquanto sujeito no mundo, pode lhe oferecer?
A tarefa que cabe a cada um de nós é conhecer e diminuir (se possível, remover) as barreiras arquitetônicas, atitudinais e comunicacionais que dificultam ou impedem a pessoa de viver, aprender e conviver do seu jeito, a partir de seus desejos e das suas possibilidades.
Bibliografia
CDC, U.S. Centers for Disease Control and Prevention. Disponível em: https://www.cdc.gov/autism/treatment/index.html.
QIN, L.; WANG, H.; NING, W.; CUI, M.; WANG, Q. New advances in the diagnosis and treatment of autism spectrum disorders. European Journal of Medical Research, v. 29, n. 322. p. 1-11, 2024.
Para citar este texto
Bisol, C. A. & Valentini, C. B. Abordagens terapêuticas: possibilidades e escolhas. Projeto Incluir – UCS/FAPERGS/CNPq, 2024. Disponível em: <https://proincluir.org/autismo/abordagens/18-2-2025